domingo, 3 de dezembro de 2017

Vagina com Corrimento amarelado. Infecção tratável com secnidazol?

Minha infecção evoluiu para um corrimento levemente amarelado, há cerca de dois dias. Apesar de ter sido diagnosticada com candidiase, esse sintoma é mais comum na vaginose bacteriana.

Lembrando que há situações em que pode ser alguma DST, mas no meu caso não se aplica, porque não tenho relações desprotegidas.

Entre as várias formas de tratar vaginose bacteriana, está tomar via oral 2mg de secnidazol comprimido. Esse medicamento é usado para combater protozoários, mas é também indicado para vaginose.

Veja detalhes nesse estudo:

Clinical Study: Treatment of Bacterial Vaginosis: AMulticenter, Double-Blind, Double-Dummy, Randomised Phase III Study Comparing Secnidazole and Metronidazole.
Bohbot et al. Infectious Diseases in Obstetrics and Gynecology; Volume 2010, Article ID 705692, 6 pages


Evidência: A
Introdução: A vaginose bacteriana é uma leucorréia que acomete 30% das mulheres, sendo causada por alterações da flora vaginal: diminuição dos Lactobacillus ssp e aumento da Gardenerella vaginalis e anaeróbios. O diagnóstico clínico é baseado na presença de pelo menos 3 itens dos critérios de Amsel: (1) presença de leucorréia típica; (2) pH vaginal > 4,5; (3) teste do odor positivo (odor de amnie após KOH10%); (4) presença de “clue cells”. O tratamento de referencia atualmente é metronidazol oral em doses múltiplas.
Objetivo: Avaliar a eficácia do secnidazol, dose únca, com o tratamento padrão (Metronidazol VO em múltiplas doses.
Desenho: Ensaio clínico randomizado duplo-cego, duplo-placebo.
Método: Um total de 577 pacientes foram randomizadas para receber metronidazol (500 mg; 02 vezes ao dia, por sete dias) ou secnidazol (2 g, dose única). O sucesso terapêutico no D28 (28º dia) foi definido como a resolução do corrimento vaginal, teste do odor KOH negativo, pH vaginal < 4,5 e escore de Nugent < 7 em fluido vaginal.
Resultados: O regime de secnidazol dose única, mostrou ser pelo menos tão eficaz quanto o regime de múltiplas doses do metronidazol (60,1% mulheres curadas vs 59,5%, IC 95% com uma margem de não inferioridade de 10%). Perfis de segurança foram equivalentes ​​em ambos os grupos.
Conclusão: O regime de secnidazol dose única provou ser uma alternativa terapêutica eficaz e conveniente no tratamento da vaginose bacteriana.

Em outro estudo, foi analisado a eficácia do tratamento em baixa dosagem (apenas 1g):

OBJECTIVO:

Para determinar se a vaginose bacteriana pode ser curada com uma dose de 1-g oral única de secnidazol.

MATERIAL E MÉTODOS:

Um total de 80 mulheres foram recrutadas no ambulatório de ginecologia do Hospital Manuel Noriega, Maracaibo, Venezuela. Inscrição Diagnóstico e paciente foram baseadas nos critérios de Amsel. Os participantes foram randomizados em 2 grupos. No grupo 1 (n = 44) voluntários receberam uma dose de 1-g oral única e no grupo 2 (n = 32) voluntários receberam uma dose de 2-g oral única de secnidazol. A cura clínica foi definida como a ausência dos sintomas característicos (um mau odor e uma descarga grosseiramente anormais) e pelo menos 2 dos seguintes: pH vaginal inferior a 4,5, nenhum odor de peixe com a adição de KOH, e nenhum Gardnerella vaginalis ou pista células em wet-mount exame. Cura citológico foi definida como uma ausência de G. vaginalis em um Papanicolaou (Pap) esfregaço.

RESULTADOS:

A cura clínica foi experimentada por 95,5% das mulheres que receberam a dose de 1-g oral e por 97,4% das mulheres que receberam a dose de 2-g oral de secnidazol. Não houve diferença significativa entre os grupos na resolução clínica de vaginose bacteriana. Após o tratamento, os resultados foram negativos para G. vaginalis em 94,7% das mulheres. No grupo 1, 41 mulheres (93,2%) e no grupo 2, 31 mulheres (96,9%) tiveram cura citológico. O exame de Papanicolaou revelou G. vaginalis em 3 das mulheres no grupo 1 e 1 das mulheres no grupo 2 (P = 0,47). Vinte e sete mulheres (35,5%) relataram efeitos colaterais leves. Mais mulheres tiveram efeitos adversos no grupo 1 (n = 16) do que no grupo 2 (n = 11), mas esta diferença não foi estatisticamente significativo.

CONCLUSÃO:

Este estudo clínico demonstrou que uma dose de 1 g oral única de secnidazol é eficaz para curar a vaginose bacteriana associada a G. vaginalis.

CategoriaPrimary study
RevistaInternational journal of gynaecology and obstetrics: the official organ of the International Federation of Gynaecology and Obstetrics
Year2005





Já tomei secnidazol antes, na mesma época que me foi receitado a pomada gynopac. Não tive melhoras. No entanto, como hoje é domingo e não conseguirei uma consulta médica rápido, decidi tomar o secnidazol de novo. Este remédio é vendido sem retenção de receita.

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